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MÚSICA

No Templo dos Ilustres

Letra e Música: Nuno Cabral

2022

Eu não aguento este filme que se repete indiferente

Montado na boa fé de quem se dá corpo e alma

Usam e abusam da sorte com um desprezo pungente

Alheios a qualquer dor, angústia, mágoa ou trauma


E a memória é tão curta, não se aprendeu com o passado

Exulta-se o sofrimento, como se isso bastasse

Fazem-se ouvidos moucos e assobia-se para o lado

E ainda é suposto amargar com um sorriso na face


No templo dos ilustres

Não há lei ou razão

Subjugam pelo medo

E pela intimidação

No templo dos ilustres

Sem ética e moral

Há pó nas entrelinhas

Todos te levam a mal


Não venham com moralismos e não me façam de parvo

Já não vou nessa cantiga, conheço todas as notas

Cada inocente sorriso, esconde em si um dardo

Pra nos vergar ao controlo altivo dos idiotas


E há um nojo que cresce a cada infâmia latente

Dos mui nobres e distintos, magníficos e honrados

Que acham que ditam a vida, o gosto, o prazer e a mente

Dos que resistem e não cedem a serem manietados


No templo dos ilustres

Não há lei ou razão

Subjugam pelo medo

E pela intimidação

No templo dos ilustres

Sem ética e moral

Há pó nas entrelinhas

Todos te levam a mal


Mas a história só canta aqueles que se elevam

Que no meio da tormenta trazem Abril no peito

Que valem pelo que são e por aquilo que pensam

Sem impor seus ideais ou sem exigir respeito


E por muito que tentem deturpar a ousadia

Dos que dizem basta à opressão desmedida

Não há treva que oculte essa luz que irradia

A nobre sensatez jamais será esquecida



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